O pica-pau é uma ave relativamente fácil de ser identificada na natureza por ser um hábil “cavador de buracos em troncos”, o que faz com seu forte bico a procura de alimentos. Vocalizam de forma estridente, sendo por isto conhecidos por “gritadores”, utilizando o “tamborilar” como meio de comunicação. O “tamborilar” é a batida que seu bico faz no tronco de uma árvore arvore produzindo um som que alcança grandes distâncias. Serve também para delimitar território.
Na foto acima, Ricardo Oliveira, no Parque Estadual do Espinilho, onde se podem avista espécies de aves que não são encontradas em nenhuma outra parte do país. A unidade de conservação protege os últimos remanescentes de vegetação – ou estepe parque – no Brasil, uma formação vegetal com aspecto de savana.
Ilha Brasileira
Observar aves vem se tornando um atrativo constante na região trinacional onde se insere o município da Barra do Quaraí. Brasileiros que já viajaram por todo o país aqui chegam para observar os pássaros que não existem em outros lugares, com o Cardeal Amarelo, o Pica Pau de Barriga Preta e o Caneleirinho Verde.
A ONG Atelier Saladero já apresentou o projeto do Corredor Biológico Trinacional por onde migram passáros de diversas regiões dos três países e aqui se concentram ao longo do ano.
“Observamos recentemente, um beija flor que vem da Amazônia e faz ninho no Parque do Espinilho”, comenta Ricardo Oliveira, um observador de aves renomado no Rio Grande do Sul.
Para um grupo de turistas uruguaios, a ONG Atelier Saladero realizou um roteiro de observação de aves pelo Rio Uruguai e imediações do Parque Estadual do Espinilho
O Parque tem área de 1.617 ha e situa-se no extremo oeste do Rio Grande do Sul, no município de Barra do Quaraí. Abrange áreas em ambas as margens da BR-472, bem próximo à sede do município, e é cortado pelo arroio Quaraí-chico, afluente do rio Uruguai.
Uma inovação desta viagem foi a ida até a localidade de Pai Passo (30°16’25”S, 57°25’45”W), acessada por uma estrada de chão que passa ao sul do Parque. Uma visita bastante proveitosa, pois, rendeu várias espécies que não se havia registrado ainda no Parque do Espinilho.
Observamos um total de 112 espécies, sendo 93 dentro do Parque.
“Fizemos o segundo registro no Rio Grande do Sul do pica-pau-anão-barrado e outros importantes registros de espécies raras, como o cardeal-amarelo, o olho-de-ouro, o alegrinho-trinador, a maria-cavaleira e a iraúna-de-bico-branco.
O sanhaço-de-fogo, o pica-pauzinho-verde-carijó, o gaviãozinho e o caneleirinho-verde só foram observados no Pai Passo. Em compensação, não registramos duas das especialidades do Parque, que são o corredor-crestudo e o rabudinho, o que pode refletir um escasseamento dessas espécies”.