Contato íntimo com a Natureza – Percorrer as trilhas é a maneira mais interessante de conhecer a Ilha Brasileira, este exuberante santuário de árvores nativas. Essas trilhas proporcionam uma alegre caminhada pela mata, onde se pode observar a diversidade da flora e fauna existente, como também, caminhar pela margem do Rio Uruguai, contemplando a grandeza da paisagem trinacional.

Projeto “Trilhas da Ilha” – A Ilha Brasileira é cortada por trilhas que ligam vários locais significativos de seu ambiente a pontos históricos. Com o tempo e o abandono, essas trilhas foram desaparecendo, encobertas pela vegetação. No ano de 2016, a ONG Atelier Saladero iniciou um projeto de recuperação desses caminhos usados pelo seu Zeca e por famílias de pescadores na década de 50.

“As trilhas proporcionam um instrutivo passeio de Educação Ambiental, pois, formam verdadeiras avenidas por entre árvores nativas que foram extintas no continente em razão das lavouras extensivas…” comenta Argemiro Rocha, militante da ONG Atelier Saladero. A primeira trilha recuperada foi batizada de “Leão Baio”. Ela começa no pontão da ilha, onde está o Cruzeiro da Primeira Missa e vai até a casa do seu Zeca, na região central.

“A Ilha Brasileira tem uma riqueza histórica, cultural e ambiental ainda a ser revelada. Pouco conhecemos sobre ela. Desde os segredos do cemitério indígena, à vida do seu Zeca, o Guardião da Ilha, ao Marco Imperial, construído em 1862”, explica Argemiro Rocha.

A Casa do Seu Zeca – Depois dessa incrível caminhada, contemplando a flora e fauna de um ecossistema único, chega-se, por fim, à casa do seu Zeca. Ali, ele passou 40 anos de sua existência, cuidando da família e ajardinando a ilha. Militantes da ONG explicam aos visitantes como foi a vida do Guardião da Ilha Brasileira.

A seguir, toma-se outra trilha que vai ao acampamento montado pelos militantes da ONG desde bem cedo da manhã. Os visitantes são esperados com um reconfortante aperitivo com os limões da ilha e um saboroso almoço: peixe frito bem fresquinho, feito na hora. Geralmente, ele é comprado no mesmo dia, no acampamento dos pescadores ao longo da costa. “Nada se compara a esse peixe frito em fogo de chão por experientes pescadores dos rios trinacionais. Tem um sabor especial comer o peixe na ilha, na clareira de um acampamento, em uma roda de conversa” explica Argemiro Rocha.

Há vários anos a ONG promove essas visitas guiadas pelo ambiente e pela história da Ilha Brasileira, o último pedaço de chão a oeste do Rio Grande. Depois do almoço, uma visita ao Marco Imperial. Ali é recordado o esforço do Império Brasileiro em estabelecer os limites nacionais em tempos de conflitos entre as fronteiras.

Por fim, entra-se novamente no barco e um merecido descanso em uma pequena e belíssima praia de areias argentinas…