O empresário Gaspar Delaci Soares de Moura, 50 anos, é natural de Quaraí. Foi Diretor do Hospital de Caridade da cidade e Vereador de 1996 a 2000. Recebeu o troféu destaque nas áreas da Saúde, tradicionalismo e vereança. Nos anos de 2005 e 2006 presidiu a COOPERGEMA (Cooperativa Regional de Gema e Jóias). É Instrutor Painelista do SENAI.
Em uma área cedida pela Prefeitura Municipal da Barra do Quaraí, ele aprimora um serviço de lapidação de pedras e faz questão de afirmar que ali “está brotando uma nova riqueza” para a região.
"Nesta fronteira, a Barra é pioneira na decisão de abrir para o empresário investir em pedras"
Esse é um empreendimento que as autoridades locais deveriam levar como exemplo para a reunião da ANFRO, por exemplo. É preciso divulgar um empreendimento já consolidado que está desenvolvendo a riqueza da cidade, para, dessa maneira, despertar o interesse de outros empresários de investir e gerar mais empregos. "Para mim, isso não é concorrência é abertura de mercado", diz Gaspar. E acrescenta: "A Barra do Quaraí é pioneira na fronteira na decisão de abrir para o empresário investir em pedras. Num futuro próximo quero ter o prazer de noticiar a primeira feira de pedras preciosas aqui no município".
Uma Loja de Pedras Preciosas na cidade
Outro empreendimento agregado à fábrica de lapidação é a futura inauguração de uma loja de pedras preciosas na cidade que irá gerar mais 20 empregos. "Já estamos estruturando o local para abrir a loja" comenta o empresário.
O homem do campo, na Barra do Quaraí, é responsável por 80% do PIB municipal
A história de seu povo é a do homem do campo, com suas tradições e respeito à Natureza.
O cavalo crioulo, pedestal do gaúcho, promove o município nacionalmente, nas provas do Freio de Ouro e Hipismo de Esteio.
As cabanhas da Barra do Quaraí, algumas de renome internacional, são verdadeiros bancos de genética.
Fábrica de Pedras Preciosas da Barra do Quaraí: a arte de transformar pedregulhos em jóias
Nasce uma nova matriz econômica na Barra do Quaraí
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.....No dia 15 de maio de 2014, o Semanário A Ponte entrevistou o empresário Gaspar Delaci Soares de Moura que relatou sua experiência no começo do empreendimento.
....."No início tínhamos apenas 6 funcionários. Hoje, estamos com 18, todos com carteira assinada e já chamamos mais cinco pessoas para trabalhar. Nossa intenção é empregar ainda mais 10 pessoas no projeto de lapidação. Até o fim deste ano de 2014 pretendemos
totalizar 40 pessoas trabalhando na empresa. Essa é a nossa meta".
Licenciamento ambiental
....."Nessa matéria já sofremos com problemas burocráticos, principalmente, na questão de quem licencia -- se é a Prefeitura ou a
FEPAM. A licença saiu pela Prefeitura e o problema está resolvido. Temos todas as licenças em dia. Em matéria do meio ambiente, é preciso destacar que temos um contrato com a empresa Ecolog, de Santa Cruz. Ela recolhe todos os resíduos da nossa empresa a cada 3 meses. Mantemos uma sala reservada apenas para isso e nada é jogado no ambiente, tudo é recolhido em tonéis".
Não podemos viver só da agro-pecuária.
Nasce uma nova matriz econômica para o município
.....Gaspar afimar que o empreendimento de pedras preciosas na Barra do Quaraí é uma criança que começou a andar. Significou uma batalha de muitos
anos.
....."Desde 1992 eu procurei colocar essa ideia na região da fronteira: não podemos viver só da pecuária e da agricultura, temos que
diversificar. Hoje, temos a fruticultura, a bacia leiteira e as pedras preciosas. Isso irá trazer grande desenvolvimento ao município. Quem investe no ramo das pedras não tem perdas. Se você tem um boi, precisa cuidar da saúde dele, dar vacinas, pastos, controles -- senão o boi morre! A pedra preciosa não morre. Depois de beneficiada você guarda numa caixinha e seu valor fica para sempre, é uma poupança que você faz comprando pedras".
.....Com essa argumentação, o empresário sustenta que a nova matriz econômica está em ascensão no município.
....."Hoje você pode ver que temos na Barra do Quaraí uma empresa, sólida, trazendo um desenvolvimento novo para a cidade".
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Cenário da produção e comercialização gaúcha
.....O Estado do Rio Grande do Sul é um grande produtor nacional de pedras preciosas em especial da ágata e da ametista e, em menor quantidade, do citrino, respondento por quase a totalidade das exportações dessas pedras.
.....A produção destina-se basicamente ao exterior, pois, no mercado interno são comercializados apenas cerca de 5%.
.....Os principais pontos de venda são as cidades com afluência turística, como o Rio de Janeiro e São Paulo e, mais recentemente, Soledade, que ganha destaque em virtude da grande concentração de empresas do setor.
As pedras da Barra podem ser bijuterias...
Segundo Gaspar Delaci, o chão do município da Barra do Quaraí é muito rico. "Quando chegamos aqui catalogamos as pedras que
encontramos. Com esse material é possível escolher cor, tamanho, estilo e fazer bijuterias. Levamos essas pedras para mostrar em
outras regiões como um convite para interessar empresários a explorar as pedras do município barrense.
"A fábrica é o embrião do crescimento de nossa comunidade"
O Prefeito da Barra do Quaraí, Iad Choli, destacou para o Semanário A Ponte: "Nossa expectativa nunca teve frustrada no que diz respeito ao Projeto de Lapidação de Pedras na Barra do Quaraí. Sempre soubemos que esse seria o embrião de um crescimento de nossa comunidade. Dificuldades no início enfrentamos, mas foram superadas e o projeto está aí cada vez mais gerando divisas, trabalho e renda. Esse projeto é uma nova frente de produção e comercialização que se abre. Quem sabe, futuramente, poderemos criar um pólo atrativo em torno desses mineirais".
O Brasil das Pedras Preciosas
O Brasil apresenta-se no mercado gemológico internacional com um dos maiores fornecedores de gemas de cor, sendo mundialmente conhecido pela qualidade, diversidade e dimensão dos minerais produzidos.
O país representa cerca de 35% da produção mundial de gemas e, entra as oito principais províncias gemológicas mundiais citadas na literatura, destaca-se pela extensão territorial e pela variedade das espécies produzidas.
No entanto, a indústria brasileira de pedras preciosas enfrenta sérios problemas em razão da concorrência acirrada de outros países, entre os quais se destacam a China e Taiwan, onde a mão-de-obra é substancialmente mais barata e abundante e, por isso, os produtors lá produzidos tornam-se mais competitivos. Esses países estão cada vez mais agressivos e a sua competitividades está aumentando, embora o Brasil continue sendo o principal exportador de pedras preciosas em bruto.