Parque Estadual do Espinilho: uma Unidade de Preservação abandonada?
O Parque Estadual do Espinilho foi criado em 1975. À época, o espaço tinha 276 hectares. A área foi amplicada em 2002 e ocupa agora 1.617.14 hectares abrigando uma formação vegetal singular: a savana estépica, além de formações de matas ciliares que servem de refúgio para várias espécies. | |
O local apresenta diversos animais e plantas, muitos deles restritos à essa região, como é o caso do cardeal amarelo. O ecossistema não tem ocorrência em nenhuma outra área do Brasil. O parque mantém espécies endêmicas e vulneráveis. É um habitat signficativo para espécies migratórias. | |
Essa unidade de conservação abriga um trecho do Arroio Quaraí-Chico que desemboca no Rio Uruguai. No campo predominam três espécies de epinilho (árvore que empresta o nome ao parque e é típioca da região). . | |
Já os formigueiros gigantes, com formigas típicas do Pantanal, da espécie cortadeira "Atha wollenweideri" podem ser ali observados. Além de pássaros, quem visitar o parque poderá se deparar com gato-do-mato, gato-palheiro, pumas, jacarés, veado campeiro, veado mateiro, lobos-guará e emas.. |
"O Parque do Espinilho está abandonado há 39 anos..."
A afirmação é de Antonio CEzar Benites Soares, formado em História pela PUCRS - Uruguaiana. |
|
No dia 18 de agosto de 2008, o então acadêmico Antonio Cezar Benites Soares defendeu tese para a banca do Curso de História na PUCRS- Uruguaiana. O título do seu trabalho: "Parque Estadual do Espinilho, uma Unidade de Preservação Abandonada". O projeto científico de Cezar Benites teve por objetivo analisar as causas da não implatação efetiva do Parque do Espinilho e o seu abandono pelas autoridades competentes. "O Parque foi criado com o objetivo claro de preservar o ecossistema da região, porém, o que se vê é o contrário", comenta o historiador. Segudo ele, por falta de estrutura física e de fiscaçlização, presencia-se um verdadeiro descaso ecológico. A falta de infra-estrutura não permite a visitação pública, somente algumas pessoas com finalidades científicas têm acesso para entrar e elaborar pesquisas. Tais pesquisas sequer permanecem no Parque em acervo para consulta da comunidade local. "Se o Parque fosse aberto ao público haveria maior interesse e consciência ecológica na preservação ambiental", afirma.
|
|
Leia o trabalho: Uma Unidade de Preservação Abandonada |
O Biólogo Francisco Valls, que já foi gestor do Parque do Espinilho, destaca que existem várias razões pelas quais o Parque ainda não pode ser aberto ao público, entre as quais, "as trilhas que não foram demarcadas, as torres de fiscalização e visualização que não foram construídas, os pranchões sobre os formigueiros -- para as pessoas caminharem sem afetar a biodiversidade local". O biólogo comenta que, infelizmente, não há uma política implantada no Parque para estar aberto ao público neste momento (Folha Barrense, 15/02/2011). |